42 anos são passados desde a altura que tirei esta foto no interior desse mar vegetal de seu nome Maiombe.
"Quero que vejas como eu esta beleza!
Que se alguém já viu eu não sei onde!
São milagres que Deus fez na natureza!
As matas fumegantes do MAIOMBE…! "
Permaneci um ano, num quartel no interior de Cabinda, Tando Zinze.
Das suas cubatas, do sorriso das cabindenses, das noites de batuque, dos alambamentos, do marufo (bebida alcoólica fermentada da seiva da palmeira), das árvores com mais de 20 metros de altura, das picadas lamacentas (picada é um caminho estreito no mato) onde o sol nunca entrava, do malvado mosquito miruí que de tão pequeno era, que nos entrava pelo mosquiteiro e fazia do nosso sangue banquete.
Do malfadado paludismo que me ia quase mandando de "charola" para o hospital. Das festas que fazíamos sozinhos, lá longe onde o sol castiga mais, pelo natal e ano novo.
Das trovoadas que tudo estremecia, da chuva que caía, do dormir em patrulha, no nosso poncho camuflado, debaixo de uma árvore qualquer.
Dos sons dos gorilas, dos pássaros, do silêncio da morte, nunca esqueci
42 anos passados, como o tempo passa!
Cabinda oyé!
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