Tando-Zinze - 1974
No corpo começou a aparecer várias chagas com pus. Tudo foi tentado pelos nossos enfermeiros mas não havia melhoras. A roupa estava sempre suja daquele líquido que saía da pele e lhe molhava o camuflado. Curiosamente a maior incidência era nas costas.
Um dia vamos até à aldeia de Tchinguinguili. Um autóctone repara naquelas chagas. Verifica e diz: meu furriel, você ao deitar pega em argila misture com um pouco de vinho branco e passe pelo corpo. Assim fizemos. Enquanto este nosso camarada estava de bruços, passávamos a mistura pelo corpo, o vinho evaporava e a argila ficava. Enfiava uma t-shirt e adormecia assim. Fizemos isto durante uma semana, e as chagas secaram.
Nunca mais teve esse problema.
Aqui está ele, sentado, comigo e um alferes, num quarto em Cabinda que alugamos depois de termos saído de Tando-Zinze em dezembro de 1974, o furriel Cruz.
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