Raramente as patrulhas na floresta do Maiombe eram feitas de Unimog. As picadas eram estreitas, muito ramo e lama devido às intensas chuvadas que caiam naquela floresta onde o sol mal penetrava, devido à altura e copas das árvores.
Éramos pasto ideal para o mosquito que nos afetava quando na bermas pernoitávamos.
Muitas vezes éramos deixados num certo local e o resto da patrulha era feita a pé. No regresso era contactado o quartel para nos recolher.
Naquela semana, a patrulha seria no nosso "burro de carga", o Unimog.
Eu à frente e o meu grupo de combate sentado nos bancos laterais, com a arma pronta, lá seguimos.
Tinha chovido na véspera, o normal naquelas paragens. O terreno toda enlameado. Charcos que não mostravam o que por baixo estava. Tanto podia ser nada, como um buraco profundo.
O condutor devia pensar que era o Fittipaldi. Conduzia naquela estreita picada, como se estivesse no autódromo. Avisei-o de que não podia continuar assim, pois colocava a nossa vida em perigo. Diz ele: Parece que o meu furriel está com medo! Não, não é medo. É respeito por quem aqui vai, e é favor moderar a velocidade.
Fez orelhas moucas e continuou. Estava preparado para saltar se o Unimog virasse, assim como os soldados, pois viam que o sujeito não abrandava. Até que num charco, o Unimog ia-se voltando. Foi por um triz. O motorista parou a viatura a transpirar. O meu furriel tem razão - disse!
E até ao destino, teve o cuidado de ir devagar, não fosse o diabo tecê-las.
No fim da patrulha, teve o castigo merecido.
Não brinco em serviço!
Aqui numa dessas patrulhas.
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