Depois de ter entrado na tropa em janeiro de 1973, foi em fevereiro de 1975 que na cidade de Cabinda, passei à disponibilidade.
Fui dos últimos a deixar a companhia pois era o responsável pelo armamento.
Muitas patrulhas fizeram estas botas no Maiombe. Patrulhas a pé, por charcos, por lama, em noites dormidas encostado a uma árvore, envolto no poncho, pois as noites na floresta eram agrestes. Raramente eram tiradas pois, a qualquer momento, podíamos ser atacados e tanto podíamos estar com as calças na mão, como sem calçado nos pés. Um soldado se tiver que morrer, morre calçado.
Noites e dias terríveis que me calejaram. Não podíamos fazer fogo, comia-se rações de reserva, e o famoso quinino que colocávamos no cantil, quando o tínhamos que encher com água 'manhosa' de um charco qualquer.
Em fevereiro pousei as minhas botas no alpendre da janela em Cabinda e tirei esta foto.
No dia seguinte já andava de sapatos.
Destas botas ficaram a recordação, dos muitos caminhos e km percorridos.
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